Ano Letivo 2018/2019

 

Contos

 

Contos que recorrem a elementos de contos tradicionais fazendo, por exempo, a mistura de personagens de dois ou mais contos.

 

A riqueza do pobre

 

Num reino muito longínquo, havia um pobre. Esse pobre vivia humilde, na sua cabana de madeira, sem comida, sem roupa, sem nada.

Um dia foi apresentar-se ao rei. Arthur II era o rei daquele território longínquo e escondido. O rei, admirado com o estado daquele homem, perguntou-lhe:

- Que fazes aqui nesse estado, homem de Deus? Pessoas dessas não quero, nem no meu palácio, nem no meu reino! – afirmou, imperativo.

- Mas… .- tentou o pobre.

- Fora! – exclamou o rei.

O pobre foi-se embora triste e humilhado. O rei ordenara que todos os seus soldados fossem atrás dele. E assim foi.

Desde esse dia, o reino tornou-se numa fortificação de soldados, que vigiavam constantemente o pobre e o tentavam expulsar do reino, como o rei tinha ordenado.

O pobre, como viu que não tinha hipótese alguma, decidiu sair por própria e livre vontade. Foi então caminhando pelos prados verdejantes e sombrios dos arredores do reino. Quando ficou cansado, decidiu parar e deitar-se num colchão abandonado que lá havia, para descansar.

Nessa noite, passou-se um grande alvoroço no reino: a filha do rei adoeceu gravemente. O rei, preocupado com a filha, que estava prestes a morrer, chamou todos os médicos e sábios que conhecia e ordenou-lhes que tentassem resolver este enigma, que estava a custar a vida da filha.

Passaram-se dias, dias e dias… E ninguém conseguiu decifrar este grave problema.

Certo dia, apareceram três fadas-madrinhas, que, assustadas, explicaram que a princesa tinha menos de quarenta e oito horas de vida, se não fosse tratada. Concederam-lhe ainda quatro valores: o valor do aparecimento de uma pessoa para a salvar; o valor da beleza; da humildade; e da inteligência.

Artur II ouviu esta informação com muita atenção e retorquiu:

- Quem salvar a minha filha desta doença virá para o meu reino e terá a mão da minha filha Vitória.

Ordenou, então, que os seus conselheiros reais fossem dar esta notícia aos outros reinos.

Nesse mesmo dia, passaram, junto do pobre, umas pessoas que comentavam, precisamente, este caos do reino do Rei Arthur II. O pobre, ouvindo isto, decidiu ir tentar a sua sorte, de modo a ficar rico de todas as formas. Pôs-se a caminho do reino.

Prostrou-se, então, diante do rei, que parvo o questionou:

- Tu, por aqui novamente? Não te expulsei do meu reino?

- Sua Majestade, tenho a resolução para o seu enigma! – exclamou o pobre.

O rei mandou que levassem o pobre à princesa. O pobre pediu que lhe trouxessem uma pedra lavada, uma panela de barro e legumes. E assim foi. O pobre preparou um caldo de pedra e salvou a princesa.

Como tinha prometido, o rei deu a mão em casamento da filha ao pobre, que passou a viver bem no seu reino e, humilhado, pediu desculpa ao pobre em valor, mas rico em humildade e cultura.

O pobre, orgulhoso com a atitude mudada do rei, respondeu-lhe, em tom de gozo:

-“Deus ajuda quem cedo madruga”.

Sérgio Silva 8º B

 

 

Era uma vez um reino, um rei e uma rainha. O reino de Hogsmeade era composto por uma pequena vila e alguns campos à volta. A rainha estava de esperanças e o rei não podia andar mais feliz. O reino inteiro contava os dias para o nascimento da pequena princesa, de nome Bellatrix. Mas, subitamente, no meio de tanta alegria e contentamento, algo inesperado aconteceu! A rainha adoeceu gravemente, deixando todos num grande alvoroço. O rei, preocupado, ordenou que todos os soldados do reino partissem à procura de uma cura para a rainha. Aquele que encontrasse o impossível seria recompensado! Alguns dias mais tarde, um nobre cavaleiro entrou pelos portões do palácio e dirigiu-se ao rei:

            - Sua majestade! – disse, com os olhos a brilhar de entusiasmo – encontrei a solução! A rainha pode ser curada! Conheço uns velhos magos que produzem um fruto especial, capaz de curar qualquer maleita, e não se importam de lhe dispensar um, com a condição de o reino lhes pagar cinco mil réis!

            - Pagar-lhes-ei, com certeza! Tudo para salvar a minha esposa e a minha querida princesa!!

            Meu dito, meu feito! Alguns dias depois, a encomenda chegou ao palácio real e, num instante, a rainha ficou curada.

            Belatrix, a princesa do reino de Hogsmeade, nasceu linda e saudável. Possuía uma beleza inacreditável, e era uma pessoa extremamente bondosa. Uma noite, estava a família real a dormir tranquilamente quando, de repente, uma bruxa das trevas entrou furtivamente no palácio e raptou a princesa. Os pais e o reino inteiro procuraram-na durante dias e dias, sem sucesso.

            Dezassete anos se haviam passado, quando Bellatrix, do alto da janela do seu quarto naquela casa trancada, ouviu o som de cascos e uma voz harmoniosa vinda do exterior. Já habituada àquela vida de prisioneira, foi espreitar e notou que um príncipe olhava em volta e chamava:

            - Olá? Está alguém aí???

            Encantada com a beleza daquele jovem, gritou com toda a força que tinha:

            - Estou aqui!!!

            O rapaz, pronto a ajudá-la, conjurou uma Nimbus 2000 que libertou a princesa daquele pesadelo sem fim.

            - O meu nome é Bellatrix. Muito obrigada por me teres salvado! Prazer!

            - O prazer é todo meu, Bella, o meu nome é Riddle. Tom Riddle.

            Depois de se encontrar com a família, o príncipe pediu a mão da princesa em casamento. Ela, naturalmente, aceitou, e os dois viveram felizes para sempre!!!

 

                                                                       Maria Bastos, 8ºB

 

As três amigas

 

Era uma vez três amigas, a Cigarra, a Formiga e o Capuchino Vermelho. Naquele verão tinham-se mudado para uma aldeia junto da floresta e, como não tinham dinheiro nem famílias, tinham de se preparar para o inverno, construindo as suas próprias casas e alimentando-se por si mesmas.

     A Cigarra passava o tempo todo a cantar e a descansar enquanto o Capuchinho e a Formiga passavam horas e horas na floresta a recolherem todos os materiais necessários para a construção das suas casas. Um dia o Capuchinho estava na floresta a colher fruta para comer até que, de repente, apareceu o lobo mau. Ela já tinha sido avisada para não andar por lá, mas, como ela e as suas amigas precisavam de construir as suas casas e de se alimentarem, aquele era o único sítio onde podiam adquirir aqueles materiais necessários. E, prontamente, o Lobo Mau disse à capuchinho que conhecia um lugar cheio de frutas ótimas e bastante saborosas e, Capuchinho, com vontade de conhecer esse sítio, pediu ao Lobo que lhe indicasse o caminho. Capuchinho foi, então, para o local sugerido pelo lobo, mas o que ela não sabia era que este a tinha enganado e que a esteve a seguir o caminho todo. Chegando ao suposto local, Capuchinho encontrou uma bela e enorme torre onde teve curiosidade em entrar, e entrou. Ficou encantada com a decoração e com a vista maravilhosa que tinha da aldeia vista de lá de cima, na janela mais alta. Cansada daquela grande caminhada, decidiu descansar um pouco numa cama que havia encontrado, acabando por adormecer. Quando acordou, estava junto dela o Lobo Mau, ela não estava a perceber o que se estava a passar, mas o Lobo explicou:

    - Uma menina tão linda como tu não pode andar por aí sozinha na floresta e, como teu amigo, ficarás aqui comigo.

Capuchinho respondeu:

       - Obrigada, lobo! Muito querido da tua parte o que estás a fazer, mas eu, na verdade, estou com as minhas amigas e não preciso da tua ajuda!

        - Tu vais ficar aqui comigo! -disse o lobo em tom grosso- E não te atrevas a sair daqui senão acontecerá algo de grave a ti e às tuas amigas!

        Capuchinho, preocupada, esperou que suas amigas dessem pela sua falta e, na verdade, um pouco tempo depois a Formiga, que havia acabado de construir a sua pequena casa e queria mostrar-lhe o resultado, visto que a Cigarra não se interessava por esta, procurou-a. Porém, após algum tempo a tentar encontrar Capuchinho na floresta, deparou-se com aquela torre onde sua amiga se encontrava. Capuchinho explicou tudo o que se tinha passado à Formiga e esta teve uma ideia para a tirar de lá. A Formiga foi ter com a Cigarra à aldeia e contou-lhe tudo e disse que ia precisar da sua ajuda para tirar amiga da torre e as duas foram à floresta apanhar paus de madeira para construírem uma escada. Após algum tempo de trabalho, esta havia terminado. Levaram-na, então, para a torre e tiraram Capuchinho de lá voltando para suas aldeias sãs e salvas.

        Quando o lobo chegou à torre para ver se estava tudo bem com Capuchinho, percebeu que esta tinha fugido e foi procurá-la e às suas amigas na aldeia. Enquanto este as procurava, Capuchinho havia terminado a construção da sua casa e, como já estavam perto do inverno, a Cigarra pegou em materiais fracos e construiu à pressa a sua casa. A formiga construiu uma casa de tijolos, a mais forte e sustentável de todas, Capuchinho uma casa de madeira já não tão segura quanto a da formiga e a Cigarra construiu uma casa de palha, a mais fraca de todas.

       Lobo, entretanto, encontrou as suas casas e teve a ideia de soprar com muita força para elas se partirem todas. Começou, então, pela de palha. Soprou, soprou, soprou e a casa de palha derrubou. A Cigarra com medo foi a correr para a casa da sua amiga Capuchinho. O lobo dirigiu-se para a segunda casa, a de madeira. Soprou, soprou, soprou e a casa derrubou. A Cigarra e Capuchinho com medo fugiram para a casa da Formiga. Por fim, o lobo foi para a terceira casa, a de tijolos. Soprou, soprou, soprou, mas a casa não derrubou e, zangado, exclamou:

       - Visto que não consigo derrubar esta casa, vou entrar pela chaminé!

       A Formiga teve uma ideia… e, por baixo da chaminé, colocaram um caldeirão com água a ferver e, quando o lobo desceu, caiu lá dentro, acabando por morrer.

       As três amigas, depois desta vitória, ficaram conhecidas pela aldeia toda que as ajudou na construção de casas, na obtenção de empregos e comida e, assim, viveram todos felizes para sempre. 

Carolina Gomes, 8ºB

 

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O que seria do Mundo sem letras?

 

O que seria do Mundo sem letras? Não sei, ou melhor… até sei.

Diz o “Dicionário Escolar da Língua Portuguesa”: letra (le.tra) nf  1 cada um dos caracteres de um alfabeto (…) 3 palavras ou versos que constituem o texto de uma canção”.

Mas afinal o que é uma letra? É um conjunto de letras ou é ela própria? Sinceramente… não sei. Só sei que vivemos e estamos rodeados de letras, sejam elas quais forem.

As letras estão em tudo: nas propriedades e regras que escrevemos em matemática; nos textos que escrevemos em português, inglês e francês; nas receitas da farmácia e da culinária; nas letras das canções e músicas que adoramos ouvir; nas revistas e livros que lemos…

As letras constituem as palavras e as palavras constituem tudo quanto é lado.

Sem repararmos, estamos a usar letras: assim, se dissermos que “O quadrado da medida da hipotenusa é igual a soma do quadrado das medidas dos catetos”, não estamos a usar palavras? Então, estamos ou não a usar letras, através da fala?

É caso para dizer que o Mundo é feito de letras, e que sem letras o Mundo não existia.

Pronto… posso dizer que sou feito de letras! Será que é por isso que escrevo tão bem, segundo o que dizem? Se calhar…

Após muito matutar, ainda não me decidi: uma letra é ela própria ou um conjunto doutras semelhantes a ela?

Não sei, provavelmente nunca irei saber. Só sei que o Mundo sem letras não seria nada e que as letras estão connosco, vivem connosco e nos rodeiam, acompanhando-nos sempre, a qualquer hora, em qualquer lugar. 

Sérgio Silva, 8ºB